a farsa
Título: Quando o Espelho Racha, Ninguém Quer Olhar
Por Mariah Fêrry
Há momentos na história de um povo em que o discurso se desfaz em fragmentos, e o pensamento coletivo parece operar em neblina. Não é que falte inteligência — ela existe, mas está adormecida por afeto, medo ou conveniência. As palavras deixam de comunicar, os gestos deixam de convencer, e ainda assim, os aplausos continuam. É como se a lucidez, ao emergir, fosse tratada como heresia.
Alguns rostos públicos carregam um brilho estranho no olhar. Um olhar fixo demais, dilatado demais, frenético ou desconectado. Os movimentos são apressados ou rígidos, as decisões, por vezes, nascem de fantasmas. A desconfiança reina. Há sempre um inimigo oculto, um golpe invisível, uma ameaça no ar. O tempo não é mais o da lógica — é o da paranoia.
Outros, presos ao passado, repetem frases desmontadas, esquecem nomes, embaralham conceitos, e se refugiam num carisma que já não abriga mais ninguém. O corpo está presente, mas a mente caminha por becos internos de uma memória que falha — e isso não é erro, é sintoma.
Mas quem ousaria dizer? Quem se atreveria a apontar o óbvio, quando o óbvio virou tabu? As pessoas se acostumaram. Chamam de estilo. De autenticidade. De carisma. Alguns até dizem: “Ele é do povo”. Sim, pode ser. Mas o povo merece estar inteiro — e não guiado por quem perdeu, aos poucos, o senso do real.
Esse não é um texto sobre nomes, cargos ou partidos. É sobre a cegueira coletiva diante do colapso silencioso. Quando a mente racha, o discurso racha junto. E o país, se não perceber, segue atrás — tateando no escuro, aplaudindo o que já deveria preocupar.
Há quem veja. E quem finge não ver. Entre os dois, corre o tempo. E o tempo, como sabemos, cobra caro quando não é respeitado.
Está tão claro os olhos com pupilas dilatadas de seres no comando da tirania.
Está tão claro a deficiência mental no topo. A decadência de uma demência lógica, obvia e absurda diante de todos. Com base nessa reflexão metade da população esta cega, estúpida ou adoecida.