SÍNDROME DE CUSHING
Síndrome de Cushing: manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento
A Síndrome de Cushing é uma condição endócrina caracterizada pela exposição prolongada a níveis elevados de cortisol, hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais e amplamente reconhecido como o “hormônio do estresse”. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 mil pessoas convivem atualmente com essa doença, que apresenta expressiva variabilidade de sintomas e importante impacto físico, metabólico, emocional e cognitivo.
O quadro é frequentemente reconhecido por suas características físicas típicas, como face em “lua cheia”, largas estrias violáceas em regiões como abdômen, coxas e nádegas, acúmulo de gordura corporal, obesidade central e diabetes leve. Além das alterações corporais e metabólicas, observa-se alta incidência de distúrbios psiquiátricos, presentes em cerca de 50% dos casos, afetando significativamente o funcionamento global da pessoa.
Manifestações psiquiátricas e emocionais
As alterações emocionais e comportamentais são especialmente relevantes na Síndrome de Cushing. A depressão representa o sintoma psiquiátrico mais frequente, seguida por ansiedade, irritabilidade, instabilidade emocional e redução da energia vital. Em aproximadamente 15% a 20% dos pacientes, surge euforia patológica, alternando-se com episódios de humor deprimido.
Casos mais graves podem apresentar transtornos afetivos acompanhados de delírios paranoides, alucinações auditivas e perda temporária da crítica, além de surtos de inquietação, excitação psicomotora ou episódios isolados de estupor. A vida sexual também pode ser afetada, com impotência, perda de libido e, em mulheres, amenorreia.
Sistema endócrino e origem do excesso de cortisol
O sistema endócrino é composto por diversas glândulas responsáveis pela produção e secreção de hormônios que regulam praticamente todas as funções corporais. O cortisol é produzido pelas glândulas suprarrenais, situadas acima dos rins, e desempenha papel essencial no metabolismo, imunidade, controle da inflamação e resposta ao estresse.
A Síndrome de Cushing ocorre quando há produção excessiva de cortisol, seja por fatores externos ou por disfunções internas:
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Exposição a corticosteroides
O uso prolongado de medicações corticoides — comuns no tratamento de artrite reumatoide, asma, lúpus, bursite, doenças inflamatórias, patologias articulares, entre outras — pode elevar os níveis de cortisol e desencadear a síndrome. -
Produção endógena excessiva
O próprio organismo pode produzir cortisol em quantidades anormais devido a:-
tumores hipofisários (Doença de Cushing),
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tumores suprarrenais,
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secreção ectópica de ACTH.
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A doença é três vezes mais comum em mulheres que em homens, ocorrendo principalmente entre 20 e 50 anos. Pessoas com obesidade ou diabetes apresentam risco aumentado.
Sintomas clínicos
Os sintomas variam amplamente entre indivíduos. Entre os mais frequentes, destacam-se:
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Obesidade central e acúmulo de gordura no tronco.
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Estrias arroxeadas em abdômen, seios, coxas, braços e nádegas.
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Acne, hirsutismo (cabelo facial em mulheres) e pele frágil, com tendência a hematomas e cicatrização lenta.
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Fraqueza muscular, fadiga intensa e perda de massa muscular.
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Hipertensão arterial, intolerância à glicose e perda óssea.
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Dores de cabeça, irritabilidade, dificuldade de concentração e alterações cognitivas.
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Irregularidade menstrual ou ausência de menstruação nas mulheres.
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No sexo masculino: redução da libido, diminuição da fertilidade e disfunção erétil.
Diagnóstico
A Síndrome de Cushing é notoriamente complexa e frequentemente de difícil diagnóstico, exigindo abordagem cuidadosa e interpretação criteriosa de resultados laboratoriais. Entre os principais exames, destacam-se:
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Cortisol urinário de 24 horas, para verificar a produção diária do hormônio.
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Dosagem de cortisol no plasma ou na saliva, especialmente à noite, quando os níveis deveriam estar baixos.
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Teste de supressão com dexametasona, avaliando se o organismo reduz a produção de cortisol após estímulo medicamentoso.
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Dosagem de ACTH, permitindo distinguir causas hipofisárias, suprarrenais ou ectópicas.
Um correto diagnóstico diferencial é indispensável, especialmente para descartar condições como hipotireoidismo, hipertensão essencial, síndrome metabólica e outras doenças endócrinas que podem mimetizar aspectos do quadro clínico.
Tratamento
O tratamento tem como objetivo reduzir os níveis de cortisol e corrigir a causa subjacente. As possibilidades incluem:
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Cirurgia, indicada quando há tumor na glândula suprarrenal, hipófise ou em sítios ectópicos produtores de ACTH. Quando o tumor é removível, a melhora tende a ser significativa.
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Terapias medicamentosas, utilizadas quando a remoção cirúrgica não é possível, buscando controlar a produção de cortisol.
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Intervenções complementares, enquanto o organismo ainda processa a resposta ao tratamento, tais como:
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acompanhamento psiquiátrico e psicológico,
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dieta balanceada e orientação nutricional,
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atividade física adequada,
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práticas relaxantes como banhos quentes e massagens,
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exercícios cognitivos (palavras cruzadas, desafios lógicos, jogos mentais).
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Complicações e prognóstico
A ausência de tratamento pode levar a complicações graves, como:
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Diabetes mellitus de difícil controle,
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Osteoporose avançada,
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Hipertensão arterial severa,
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Cálculos renais,
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Infecções graves pela imunossupressão,
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Tumores suprarrenais,
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Perda significativa de massa muscular,
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e, nos casos mais graves, risco de morte.
O tratamento adequado, por outro lado, costuma reduzir ou até reverter muitos sintomas físicos e psiquiátricos, embora o processo de recuperação possa ser lento e exigir acompanhamento prolongado.
Bibliografia
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Mayer-Gross, Slater e Roth. Psiquiatria Clínica. Ed. Mestre Jou, 1960.
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Serviço Nacional de Informação para Doenças Endócrinas e Metabólicas dos EUA – Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais.
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Fundação de Suporte e Pesquisa da Síndrome de Cushing – organização vinculada à Organização Nacional de Doenças Raras (EUA).
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Clínica Mayo – instituição norte-americana sem fins lucrativos dedicada à pesquisa, ensino e divulgação científica.
Síndrome de Cushing é uma doença provocada pela alta concentração no corpo de hormônio cortisol, conhecido também como o hormônio do estresse. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 50 mil pessoas vivem com essa doença atualmente. Normalmente é denominada pelas características físicas a face em forma de lua cheia, largas estrias roxas nas coxas, no abdômen e nádegas, obesidade e diabete leve. Esta presente também distúrbios psiquiátricos em mais ou menos cinquenta por cento dos casos. Outros sintomas como impotência, amenorreia, perda de libido, deformação corporal bem como perda de energia estão presentes. A depressão é o sintoma psiquiátrico mais comum, a euforia oscila de quinze a vinte por cento e o transtorno afetivo é acompanhado de delírios paranoides e alucinações auditivas. Pode ocorrer surtos repentinos de inquietude, ansiedade, excitação com episódios isolados de estupor.
O sistema endócrino é composto por diversas glândulas, que são responsáveis pela produção de hormônios. O cortisol é produzido pelas glândulas suprarrenais. Quando a concentração de cortisol no corpo está muito acima do normal, podem surgir os sintomas da síndrome de Cushing.
Há dois principais motivos pelos quais os níveis de cortisol podem ficar anormalmente altos: Excesso de medicações (corticoides) para tratar doenças como artrite reumatoide, asma, lúpus, bursite, problemas na articulação, doenças inflamatórias e outras, ou o próprio organismo produz excessivamente o hormônio.
Mais comum nas mulheres com probabilidade maior de 3 vezes mais que os homens e a idade varia entre 20 a 50 anos de idade.
Pessoas com obesidade e diabetes também estão sob maior risco de ter a síndrome de Cushing.
Os sintomas costumam variar de pessoa para pessoa. Os mais comuns envolvem obesidade e alterações cutâneas progressivas, como: Depósito de gordura no corpo; estrias na pele nas regiões do abdômen, coxas, braços, seios... Acne, difícil cicatrização, emagrecimento, pele frágil, cabelo facial (mulheres), períodos menstruais irregulares ou ausentes, fadiga, fraqueza muscular, depressão, ansiedade, irritabilidade, perda do controle emocional, dificuldades cognitivas, pressão arterial elevada, intolerância a glicose, perda óssea, dor de cabeça; no sexo masculino é comum também a perda de libido, diminui a fertilidade, dificuldade de ereção.
Exames para diagnóstico- urina 24 horas para verificação do nível de cortisol, medição dos níveis de cortisol no plasma ou saliva, exame de supressão de dexametasona, dosagem de ACTH no sangue.
A síndrome é de difícil diagnostico. Há necessidade de um bom diagnóstico diferencial principalmente hipotireoidismo, hipertensão arterial.
O tratamento bem sucedido do distúrbio endócrino pode solucionar os distúrbios psiquiátricos adquiridos. O objetivo do tratamento é diminuir os níveis de cortisol no organismo. Se a doença for causada por tumor na glândula suprarrenal a cirurgia de retirada pode resolver o problema. Há casos em que não há como retirar o tumor então se recorre ao controle dos níveis de cortisol.
A síndrome tem um tempo para responder ao tratamento, enquanto isso os métodos alternativos são interessantes como; monitoramento da saúde mental, dieta balanceada, exercícios físicos, banhos quentes, massagens, atividades com uso de raciocínio como problemas, palavras cruzadas...
O não tratamento pode levar a diabetes, tumor na glândula suprarrenal, osteosporose, hipertensão, calculo renal, infecções graves, perda da massa muscular; acentuando-se a síndrome e com ausência de tratamento pode levar o paciente a óbito.
BIBLIOGRAFIA
Mayer-Gross, Slater e Roth, PSIQUIATRIA CLINICA- Ed. Mestre Jou-1960.
Serviço Nacional de Informação para Doenças Endócrinas e Metabólicas dos Estados Unidos - serviço de divulgação de informações do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos Estados Unidos.
Fundação de Suporte e Pesquisa da Síndrome de Cushing – organização que fornece informação e suporte para pacientes com Síndrome de Cushing e seus familiares. Associada com a Organização Nacional de Doenças Raras dos Estados Unidos.
Clínica Mayo – organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que reúne conteúdos sobre doenças, sintomas, exames médicos, medicamentos, entre outros.